“O Tempo não Para”: “Sem pódio de chegada ou beijo de namorada”


PorRoberta Masnei ...- Postado em 02 agosto 2012

 

 

Do sonho de ser Comandante Geral

Augusto Cury, festejado autor brasileiro de obras de auto-ajuda, diz que “sem sonhos, a vida não tem brilho”, uma constatação elementar, afinal, é a partir das construções de futuro que pautamos o presente, como que fugindo deste último, nem sempre benevolente com as vontades e anseios de cada um. Em um mundo capitalista, de individualismo e concorrência, vale analisar as relações entre os sonhos e suas influências no contexto das organizações públicas, em nosso caso, as polícias.

Afinal, humanos que são, os policiais também devem abrilhantar suas vidas, devem, nesta perspectiva, sonhar. Tratando especificamente das organizações militares, percebe-se que a ênfase nas representações simbólicas própria do ambiente castrense aprofundam a ambição por promoções, medalhas, cargos e funções de status tidos como relevantes – objetos de desejo de muitos, mas acessível a poucos. Quem sonha em ser Comandante Geral de uma Polícia Militar, por exemplo, se propõe a superar significativos obstáculos.

Neste caso, as barreiras nem sempre são explícitas: contingências políticas, técnicas, relacionais e de outras tantas naturezas podem influenciar, chegando ao ponto de nos seduzir a tese de que para cada Comandante, uma equação diferente funcionou.

Não se pode ser hipócrita a ponto de eliminar os horizontes projetados pela vontade individual, porém, existem limites para sonhar: em uma organização pública, os projetos individuais não podem sobrepor as necessidades sociais que são encargos da corporação. Na instituição em que isto ocorre, a tendência é a decadência enquanto instituição – pois dela a sociedade, sua fundadora e mantenedora, não está obtendo a devida correspondência. Por mais que as ruínas se sustentem, com brevidade o castelo dos devaneios pessoais tende a virar pó.

Aqui fazemos uma crítica clara a práticas conhecidas como “a busca do poder pelo poder”, “o crescer diminuindo outras pessoas”, “o utilizar o próximo como escada para se elevar” etc. Alguns, na obsessão de alcançar o topo, acabam como o famoso e insano cavaleiro andante, Dom Quixote de La Mancha, após enfrentar moinhos de vento como se gigantes fossem: “Morreu: vejam que ventura/Com siso vivendo louco”.

Antes abraçar a filosofia de Cazuza, em sua canção “O Tempo não Para”: “Sem pódio de chegada ou beijo de namorada”

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Roberta Masnei de Moraes São Paulo - SP
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