ALTRUISMO E EGOISMO - A Árvore do Conhecimento- Maturana e Varela


PorRobertoamaral- Postado em 10 abril 2011

A necessidade do equilíbrio entre o individual e o coletivo é a grande lição deste capitulo do livro “A Árvore do Conhecimento”. Maturana e Varela, neste seu clássico, transitam pelos acoplamentos ontogênicos dos organismos vivos, com desenvoltura. Eles encontram na biologia, nos comportamentos sociais das espécies, os aforismos para o estudo das relações humanas, estas enriquecidas pela linguagem.

A subsistência individual, e coletiva, do grupo, entrelaçadas e interdependentes, são a base deste vital fenômeno social. Ao exemplificar o comportamento “altruísta” do antílope, preocupado com a sua manada, arriscando a própria vida, pelo conjunto. A comunidade das formigas (formigueiro) e das abelhas, também é retratada, para caracterizar estas atitudes de preservação das espécies.

A existência do ser vivo, não esta vinculada à competição entre os indivíduos, e sim, na conservação da adaptação. É no encontro com o meio que resulta a sobrevivência do apto.

Portanto, a natureza não é uma luta entre indivíduos que cuidam de seus próprios interesses, em detrimento dos demais, conforme o pensamento reinante no século 19. Mesmo sendo a individualidade a condição para a existência do grupo, os seus componentes, são irrelevantes e substituíveis. Notadamente, em espécies que tem um grande numero de indivíduos, trabalhando para um (rainha), no seu desaparecimento, o grupo o substitui. Esta substituição se da por elemento de mesma constituição genética dos demais. Então o servir ou ser servido, é um comportamento social e não um determinismo genético.

O “pertencimento” ao grupo faz com que atitudes possam ser ao mesmo tempo: “Altruisticamente” egoísta e “egoisticamente” altruísta. Esta combinação é a essência do fortalecimento e conseqüente preservação da espécie e do individuo em si.