CRÔNICA POLÍTICA SOBRE UM DOCUMENTO CONTRA A “DITABRANDA”


PorRoger Lamin- Postado em 20 outubro 2017

Autores: 
Caio Navarro de Toledo

RESUMO

   Este breve artigo, uma crônica política, examina o significado e os efeitos políticos e ideológicos de um abaixo-assinado criado na Internet, em fevereiro de 2009. “Repúdio e Solidariedade” questionou a utilização do termo “ditabranda” – difundido pelo jornal paulista Folha de S. Paulo para designar a ditadura militar brasileira –, bem como prestou solidariedade a dois acadêmicos e intelectuais da Universidade de São Paulo (USP), conhecidos por suas atuações em defesa dos direitos humanos no Brasil.  Subscrito por mais de 8 mil signatários, em pouco mais de seis semanas, o abaixo-assinado pode ser considerado – como testemunham os extensos comentários nele contidos – um relevante documento na luta pelo direito à verdade e à justiça sobre os fatos ocorridos durante o regime militar brasileiro (1964-1985). Talvez o seu papel simbólico mais relevante seja o de ter fincado uma bandeira na luta ideológica em torno da memória sobre 1964. No centro dessa bandeira seria reinscrita – como propôs um dos signatários do documento – a antiga consigna: no pasarán. Ou seja, os setores democráticos e progressistas da sociedade brasileira que apoiaram “Repúdio e Solidariedade” afirmam que não aceitarão calados as “falsificações da história” que impliquem o insulto à memória dos que lutaram, foram torturados e morreram na luta pela redemocratização do país.

PALAVRAS-CHAVE: ditadura militar; memória política; luta ideológica; Internet; imprensa burguesa.

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