Filme - A Guerra do Fogo


Poraires- Postado em 15 abril 2011

O filme A Guerra do Fogo do diretor Jean-Jacques Annaud é uma experiencia muito quente, na qual três hominídios pré-históricos tiveram que se aventurar na busca do fogo, em um período em que se cultuava o mesmo como algo sobrenatural. Nao podia ser diferente, pois o fogo representava permanecer vivo e com o mínimo de conforto.

A idéia de que a tecnologia, simbolizada pelo controle do fogo, é que levou a humanidade a sofisticar a sua capacidade de comunicação parece um tanto simplista. Mais interessante, pelo menos, é a hipótese de que em torno do fogo o convívio e proximidade amorosas faz com que o desenvolvimento da linguagem e do conversar seja possível. A tese de Maturana passa por aqui.

Seguindo a história do filme podemos apontar para a tese da bondade natural do homem em Rousseau na medida em que naquela Era haveria menos razao e mais emocao e é a partir desta que aquela avança com força, representada pelo controle do fogo. Em seu progresso, a razão colocaria ordem no mundo, construindo o novo mundo da técnica e do domínio da natureza, nunca a comunhão com ela. Talvez, seguindo outra idéia, do eterno retorno, hoje estejamos iniciando uma nova era, em que podemos sentir mais e viver mais como parte da natureza. Meio paradoxal, já que estamos no apogeu da tecnociência. Enfim, pode ser apenas um ato de crença da minha parte.