As grades da democracia: análise das idéias de castigo, punição e pena


PoreGov- Postado em 04 março 2011

Autores: 
Rodrigues, Clayton Emanuel

A fluidez dos conceitos de punição, pena e castigo em diferentes contextos
e cenários orienta uma reflexão sob a perspectiva genealógica de Nietzsche e
Foucault, estruturando-se em forma de Ensaio, conforme Montaigne. Pretende
investigar as idéias que fundaram as penas, os debates e descontinuidades que
transformaram uma parte significativa do mundo real informal em um mundo
formal abstrato que se revela no sentido da lei, na realidade concreta da
construção do aparelho estatal e de relações pessoais específicas pelas vias da
punição. O percurso adotado resulta na analise da amizade, a partir dos présocráticos;
da descontinuidade produzida por Roma e o Cristianismo; da fundação
do Estado moderno a partir da revolução francesa e das abordagens de Beccaria
e Goldwin. Ruir com as amizades, transformar o sentimento de lealdade pessoal
em um sentimento de dever-ser, secundarizar os vínculos, obstaculizar as
relações de afeto e sentidos de pertinência, diversidade, antagonismo entre iguais
é o fundamento da discussão que ergue o monstro sagrado da cidadania
aprisionada pelas grades da democracia, cujo exército de lei desconhece a
pessoa singular, a amizade e impõe uma ética do bem comum acima de
quaisquer vínculos pessoais, cujo castigo é fundamento de sua eficácia.

AnexoTamanho
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