Habitar Humano - Era Psíquica Arcaica


PorAnônimo- Postado em 28 abril 2010

Era Psíquica Arcaica –
Dinâmica emocional fundamental: o amar como um suceder espontâneo

Maturana apresenta o habitar humano em 6 eras psíquicas, e o presente resumo aborda somente a era psíquica arcaica, as demais serão abordados em outros resumos postados por outros autores.
Para facilitar o entendimento é necessário que o leitor se reporte a esta época, deixando de lado os conceitos e conhecimento atuais, para não influenciar nos tópicos aqui apresentados.
Para tanto vamos elencar e responder 4 perguntas a seguir:
1 – O que é ser humano?
Surge na origem espontânea da família;
Modo próximo permanente de conviver na intimidade do prazer e do bem-estar-psíquico-corporal-relacional;
Torna possível o surgimento do linguagear no fazer coisas juntos;
Como um conviver em coordenações recursivas de coordenações de fazeres consensuais.
2 - O viver e conviver Homo sapiens-amans amans. Como surge o humano?
Ao surgir a família ancestral com o surgir do viver no linguajear surge o conversar como modo de conviver;
A conservação de uma geração a outra na aprendizagem dos filhos e filhas constitui a linhagem humana;
Os seres humanos surgem num conviver em redes de conversações que se constituem em mundos distintos;
Com diferentes âmbitos de sentires e fazeres sensoriais-emocionais;
Que se realizam de modo espontâneo no fundamento de conviver no amar.
A forma inicial de nossa linhagem surge com o modo de viver – Homo sapiens-amans amans.
3 - No conviver íntimo da família ancestral, faz uns 3 milhões de anos. Como se conserva e realiza?
Era arcaica como o viver humano na psique da espontaneidade do amar.
Psique do conviver que não traz consigo, consciente ou inconscientemente, aspecto constitutivo de modo de conviver;
Que implica a sensorialidade-emocional do mal-estar do desamar, embora tenha tido presença ocasional;
Expansão recursiva-espontânea do conviver gerador de mundos na unidade opracional não pensada do humano e do meio-nicho que o contém ;
Faz possível o surgimento da operacionalidade sensorial-emocional-relacional desta era.
As regularidades repetitivas das coerências do viver e do morrer;
A transformação e expansão no viver na naturalidade de seu suceder como algo dado de fato.
4 - No viver no conversar espontâneo da colaboração e da co-inspiração
Nesta era se vive nas coerências do reino de Deus sem saber que se vive nelas até inventá-las;
Quando se tenta explicar de onde surgem as incoerências de todos os modos de fluir do viver
Com as coerências da unidade saber-fazer do próprio viver cotidiano;
E quando esse explicar começa;
Começa a extinguir-se a Era Arcaica no surgimento de uma nova era psíquica;
Ao mudarem as configurações de sentires internos que se conservam no no emocionear das conversações;
Quando se deslocam da espontaneidade de seu suceder ao explicar como surgem no ocorrer;
Esse novo viver psíquico gera um novo viver relacional na nova forma como se conserva o amar no viver da expansão recursiva dos sentires a dimensões intangíveis que guiam o viver e conviver a partir de explicar;
Assim, pouco a pouco, se desvanece o sentir espontâneo;
Aparece o sentir que atribui valor à diferença;
Com isso se abro espaço à discriminação;
A partir de um processo consciente e inconsciente;
Que usa motivos como argumentos racionais.

Florianópolis, 28 de maio de 2010.

Maria de Lourdes Prado