Herança do Homem-Máquina


PorTatiana Zacheo ...- Postado em 27 novembro 2011

 

As ações do ser são tão instintivas que é difícil definir origem ou responsável. Uma herança genética, cultural e atemporal que nasce numa sociedade passiva de aceitação. Na verdade, não tão passiva assim, sociedade que expõe em atos o que está registrado na carne, na mente, no desejo.
 
Seguimos muitas vezes sem nem consultar os avanços, ignorando o que já foi estudado e os pensadores que já questionaram as dúvidas fundamentais que invadem o pensamento do homem moderno, pós-moderno, o homem-você, o homem-eu. Nesse momento, ao reler os grandes três teóricos – Karl Marx, Max Weber e Sigmund Freud – pensei em como somos cíclicos em nós mesmos, em egoistamente nos colocarmos no centro das questões e, por que não, acreditarmos que podemos fugir de nossas origens genéticas como homens-animais.
 
Esses três teóricos, cujo pensamento definiu a orientação intelectual do mundo ocidental e cujos escritos apresentaram os enunciados sobre qualidade de vida mais importantes e influentes na moderna sociedade industrial, são homens-humanos como eu e você. A diferença é que estavam inseridos em outros contextos e hoje são parte de sua herança intelectual, seja ela desejada ou não.
 
Como boa jovem de 15 anos que fui, claro que já me deparei comKARL MARX. A questão é que queremos transpor ideias do tempo que se escrevia com acento (idéias) aos tempos onde as regras mudaram, onde a ortografia mudou.  A questão é que as gerações da ortografia antiga ainda transpiram em seu suor atitudes e pensamentos que estão no passado e passam de geração para geração verdades que já foram encerradas e certezas que perderam contexto. Mas seria essa nova geração capaz de criar novo contexto sem aprender com as gerações antigas?
 
Luta entre classes, era industrial, aprendizagens que não são apenas história. Escravidão do intelecto, amarras digitais, corrupção em pequenas e grandes escalas. Políticos que não sabem a sua razão de ser, piões que não sabem a sua razão de ser, gerentes que não entendem mais sua razão de ser, chicotes que nascem sem razão de ser.
 
Afinal, num país democrático, seria necessário acusar toda uma categoria política de corruptos? Num país como o Brasil seria justo olharmos entre nós e assumirmos ações de pura “malandragem”. Porém, porque falar Brasil se na verdade sabemos que pode se falar que num planeta-homem “o mundo é dos espertos” e precisamos criar burocracias para certificar o controle do desvio de ações coletivas para benefícios próprios.MAX WEBER, que me perdoe, mas por melhor que a burocracia seja, ela só vem tentando acobertar e certificar ações corruptas, trouxe a lentidão do sistema, as amarras para um sistema que deveria ser livre.
 
 
 
 
E, para completar essa pequena reflexão, vamos falar de liderança com SIGMUND FREUD. Na paródia dos filhos que matam o pai em troca de poder, mas são tomados pela culpa do ato e ausência de saber o que fazer com a liberdade conquistada. Sim, esse é o homem-ingrato, eternamente insatisfeito com sua condição atual, o homem que caça sem comer a presa, o homem que inveja sem motivo, o homem que quer sempre o proibido. Mas esse mesmo homem não quer agir coletivamente, o homem-egoísta, prefere não virar governante e apenas culpar o sistema. O homem-herança é um homem que se esconde, esconde suas culpas, esconde suas corrupções diárias, mas atira pedras e julga os que têm coragem de se expor.
 
Reflexão Pessoal no dia 01/11 durante a disciplina de E-GOV, EGC/UFSC.
do Capítulo II, HERANÇA INTELECTUAL, Teoria Geral da Administração Pública, Robert B. Denhardt