Inteligência artificial pilota helicópteros


PorMaria Eduarda D...- Postado em 24 novembro 2011

PLANTÃO INFO / 09/2008/ TI

Inteligência artificial pilota helicópteros

Reuters

Terça-feira, 16 de setembro de 2008 - 12h53

STANFORD - Um helicóptero de aeromodelismo sobrevoou sozinho o campus da Universidade de Stanford, nos EUA, na segunda-feira (15/09), em um teste de inteligência artificial.

O helicóptero autônomo girou em torno de seu próprio eixo longitudinal, fez curvas e manobras dos mais variados tipos.

A máquina é equipada com um sistema de inteligência artificial desenvolvido por cientistas de Stanford e aprendeu a voar observando acrobacias aéreas de um helicóptero controlado por seres-humanos usando rádio.

Os aparelhos ainda estão em fase de desenvolvimento. O estudante PhD Pieter Abbeel, que participa do projeto, disse que o grupo de pesquisa se comunica com diversas empresas interessadas em utilizar os equipamentos em atividades de fiscalização e mapeamento.

Cada helicóptero custa aproximadamente 4 mil dólares e possui um acelerômetro, um giroscópio e um magnetômetro para determinar sua orientação e velocidade, além de um GPS e duas câmeras para determinar sua localização.

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A inteligência artificial, robótica, assim como máquinas de lavar, carros e computadores, foi criada para facilitar a vida humana e o trabalho necessário a seu criador. O ser humano desde o período neolítico desprende tempo e esforço em trabalhos, sejam eles manuais ou intelectuais, e logo desenvolve aparelhos como calculadoras, flechas, máquinas e outros, para facilitar suas tarefas, ou permitir a ele pular etapas destas, economizando seu tempo e seu esforço. O desenvolvimento de tecnologias amplificou e transformou a relação do homem com o trabalho e do homem com o homem de inúmeras formas, tendo o direito acompanhado esse percurso histórico e interferido nele, periodicamente, pela vontade do homem.

Com o desenvolvimento desta tecnologia, máquinas passaram a executar tarefas em sua integridade , substituindo o homem em ação mecânica, nunca na parte intelectual. A inteligência artificial foi desenvolvida para ter a capacidade de, além de executar essas tarefas, aprender outras. A capacidade de aprender, inerente à condição humana, é o que almejam cientistas para as máquinas, para assim substituírem com eficiência as mãos e a mente humana, minimizando erros, custos e aumentando conforto para o ser humano, que teria tarefas otimizadas. Esse “aprendizado” se daria a partir da capacidade do sistema de melhorar seu desempenho através da avaliação do produto obtido.

O uso dessa tecnologia no direito vem sendo cogitado para determinadas funções no Dreito, como na verificação e avaliação das leis, modelação de contratos, diagnóstico de violações, entre outras. O direito, por outro lado, se trata de uma área extremamente humana, política e ideológica , e, pelo menos deve, se não é, ser vinculado com a justiça, noção que um computador não terá a menos que uma evolução – que ainda não se crê possível – como a vista no filme “O exterminador do futuro” pelo software chamado “Skynet”, onde as máquinas e o programa se revoltam contra os seres humanos.

Softwares e máquinas podem sim otimizar processos e determinadas decisões mais simples, mas algoritmizar o Direito, deixando a tarefa para que máquinas decidam a partir de variáveis apresentadas, sem o julgamento, o bom senso e a carga humana na decisão, pode até satisfazer o ideal de segurança jurídica e desatolar as mesas dos juízes e desembargadores de processos, mas certamente fará com que o Direito se desvincule da justiça, do componente organizacional humano para o qual foi criado. 

Computadores podem ajudar a organizar sentenças e panoramas, podem ajudar na verificação de provas, na verificação do sentido da sentença, entre outras tarefas, mas não pode, ou melhor, não deve substituir o componente humano pois, por mais que seres humanos cometam erros, ao menos tem noções de valores e justiça que máquinas não tem pela ausência da capacidade de sentir. Uma máquina, ao cometer um erro, não sabe corrigi-lo, e não sente remorso para ser impelida a fazê-lo.

A palavra “sentença” vem do latim, sententia, sentir, ter opinião, coisa da qual máquinas ainda não são capazes, e talvez nunca sejam. Atribuir tarefas como julgar seres humanos, suas vontades e ações, a uma máquina, indiscriminadamente, confiando a ela o bom senso e a justiça, pode se tornar complicado a medida em que o tempo passa e se verifica ausência desses dois atributos nas sentenças postas pelo computador. A tecnologia foi criada para aperfeiçoar e facilitar atividades humanas, e substituí-los quando é eficiente o suficiente para isso. Por outro lado, sabemos as graves consequências da substituição dos seres humanos em suas atividades, seja pelo agravo do desemprego, seja por, nesse caso, a imposição de sentenças mecânicas no âmbito do Direito. A tecnologia deve sim ser adicionada como ajuda, auxílio aos juristas, para fazer fluir um direito que hoje se encontra sobrecarregado, mas nada pode substituir o coração, o bom senso e a noção de justiça que seres humanos têm.