MAIS PERTO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


PoreGov- Postado em 04 março 2011

Autores: 
NISKIER, Arnaldo

Texto retirado da Internet, no endereço http://www.rbep.inep.gov.br/index.php/emaberto/article/viewFile/1052/954, em 08/06/2009

Não se pode afirmar que a metodologia da educação a distância seja nova. Ao contrário, são conhecidos os exemplos do seu emprego desde o século passado.
No Brasil, afora as experiências discutíveis do ensino por correspondência, analisadas com muita propriedade pelo Grupo de trabalho MEC/Uerj de 1977, de que fui gerente, com os especialistas Anna Maria de Oliveira, Christiano Henning, Heloísa Maria Cardoso da Silva, João Artur Machado Zainko, Maria Amélia Sabbag Zainko, Marlene Blois e Solange Leobons, pode-se estabelecer como marco o ano de 1972.
Na ocasião, o professor Newton Sucupira, então coordenador de Assuntos Internacionais do MEC, voltando de uma visita à recém-criada Open University, em Londres, recebeu do ministro Jarbas Passarinho a incumbência de criar uma Comissão de Especialistas para estudar a possível implantação de experiência semelhante à da Universidade Aberta da Inglaterra no Brasil.
Tendo participado das 12 reuniões então havidas, posso afirmar que, em termos oficiais, foi o embrião de tudo o que agora desabrocha, como acaba de ocorrer com a Lei n° 9.394/1996 (LDB), em que nada menos de nove artigos explicitam o que se deseja cm termos de aplicação da educação a distância em nossos sistemas de ensino. Mais adiante trataremos objetivamente desses artigos da LDB.
A Comissão de Especialistas do MEC deparou-se com uma forte reação da comunidade pedagógica, temerosa de que se pudesse estar armando um imenso esquema de facilitário, com o uso dessa metodologia. Lembro que, numa visita feita ao campus Milton Keynes, em Londres, perguntei ao seu diretor se a Inglaterra não havia enfrentado problema semelhante. Curiosamente, ele disse que sim. Mas que a solução para a Universidade Aberta chancelada pela rainha Elizabeth II fora extremamente simples: "Contratamos os 500 melhores professores universitários da Grã-Bretanha. A eles entregamos não apenas a elaboração dos módulos (units), distribuídos pelo Correio, mas também o controle de toda a avaliação do processo, a fim de que não se corresse qualquer risco em termos de qualidade. O resultado não poderia ter sido mais auspicioso."
Hoje, a Open University serve de modelo, com o seu esquema interativo, utilizando a BBC, já estando com cerca de 200 mil alunos. E uma realidade incontrastável - e já não mais se questiona o problema da qualidade, pois ela está definitivamente assegurada.

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