Nietzsche e a sociofsiologia do eu


PorRoger Lamin- Postado em 20 agosto 2018

Autores: 
Herman Siemen

Resumo:

Este artigo examina as considerações de Nietzsche acerca
das fontes sociais e históricas do eu como um contra-argumento à
concepção liberal de indivíduo. Defendo que Nietzsche oferece não
apenas uma crítica contundente à concepção associal e previamente
individuada de pessoa, à qual se conecta a noção liberal de liberdade
(compreendida como o direito individual de escolha de sua própria
concepção de bem), como ainda um contra-conceito alternativo
de pessoa e de soberania. Seus argumentos visam mostrar, em
sua dimensão crítica, que o indivíduo ou pessoa é inseparável de
seus objetivos ou valores, que são socialmente constituídos, e que
nossa capacidade como indivíduos, especialmente para a agência
soberana, é o produto de uma longa história e pré-história social.
Em sua dimensão construtiva, encontramos em Nietzsche a contra
alegação de que a manutenção e o cultivo de nossas capacidades
(para reflexão e agência soberanas) são dependentes de relações de
um antagonismo ponderado entre nós mesmos enquanto indivíduos,
ou antes: como
dividua. Esses argumentos serão desenvolvidos
no que se segue em consonância com quatro principais linhas
de pensamento: sobre as origens sociais e o caráter da (auto)
consciência (§I); sobre a (pré) história e a constituição social de

nossa capacidade como indivíduos soberanos [sovereign] (§II);

sobre as origens sociais do fenômeno moral (como internalização
de normas comuns) (§III); e sobre a destruição fsiológica do sujeito
moral substancial, seguida da reconstrução fsiológica (§IV).

 

Palavras-chave: soberania - sociofsiologia - natureza - moral

AnexoTamanho
nietzsche_e_a.pdf626.41 KB