Notícia - Internet agora vende mais roupa que livro


Pormarina.cordeiro- Postado em 14 março 2012

O brasileiro já compra mais roupas e acessórios do que livros e revistas na internet.

Dos 53,5 milhões de pedidos feitos no comércio eletrônico em 2011, 7% se destinavam ao setor de moda e acessórios, segundo o relatório WebShoppers, divulgado ontem pela consultoria e-bit.

O brasileiro passou a comprar mais roupas, calçados e artigos esportivos pela internet recentemente.

Há dois anos, o segmento era apenas o 26º colocado no ranking. Agora, ocupa o quinto lugar, passando o setor de livros e revistas.

Editoria de arte/Folhapress  

O aumento na padronização de tamanho das roupas é um dos fatores que influem para a mudança, diz Pedro Guasti, diretor geral do e-bit. "Imagina comprar uma blusa M e chegar uma que, para você, é P."

Englobando os artigos esportivos, a categoria é bastante influenciada pelas mídias sociais, segundo Guasti. Algumas lojas criaram canais de venda no Facebook.

A categoria também ganhou força há três anos com a chegada de grandes lojas. Criada em 2011, a Daffiti é uma delas. No ano, o site teve 74 milhões de acessos.

São dois os trunfos do e-commerce de moda, diz Malte Huffmann, um dos fundadores da Daffit. Um deles é reunir grande volume de produtos em um só canal. O outro é levá-los pela web a locais em que as grifes não abririam lojas, como o Nordeste.

O setor já tem uma multinacional. Com receita de R$ 600 milhões em 2011, a Netshoes opera desde então na Argentina e México.

A categoria se mostra promissora. A empresa estima receita 60% maior em 2012, de R$ 1 bilhão. "O e-commerce não pode ser encarado como varejo tradicional", diz Roni Cunha Bueno, diretor de marketing da Netshoes.

AMADURECIMENTO

A maior procura por roupas denota o amadurecimento do e-commerce, diz Guasti. O gasto médio menor por compra é outro sinal disso.

Em 2011, esse valor ficou em R$ 350, menor que o de 2010, de R$ 373 --impulsionado pela venda de eletrodomésticos, como TVs, por conta da Copa. O tíquete médio deve voltar a cair em 2012, para R$ 340. A redução indica a confiança dos clientes no canal para comprar também produtos casuais como roupas e medicamentos.

Nos EUA, mercado considerado "adulto", o setor de moda girava US$ 18 bilhões em 2009. As vendas na web representavam 10% de todo o comércio da categoria.

No Brasil, a receita do e-commerce cresceu 26%, alcançando R$ 18,7 bilhões em 2011. A alta ficou abaixo dos 30% esperados, por causa da turbulência econômica global e da greve dos Correios. "O consumidor ficou assustado com essas crises", diz Guasti. Em 2012, a receita será 25% maior, estima o e-bit.

(Internet agora vende mais roupa que livro. GOMES, Helton Simões. Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1061484-internet-agora-vende-mais-roupa-que-livro.shtml)

Análise pessoal:
 

O e-commerce B2C - isto é, o comércio eletrônico que se dá entre organizações (empresas) e indivíduos - tem avançado em seu sucesso: o público-alvo está bem definido, os meios para negócio estão se especializando cada vez mais e, portanto, o mercado consumidor está ganhando confiança neste tipo de comércio.

Sabe-se que o comércio eletrônico é um meio fácil e também prático de encontrar os mais diversos tipos de produtos que se queira adquirir. Entretanto, o que gera discussões sobre este tipo de negócio são os riscos em relação ao processo de compra e à entrega.

Quanto ao primeiro discute-se a segurança virtual: ao mesmo tempo em que estes sítios eletrônicos de compra tornam-se mais específicos às necessidades dos clientes - e nisto se inclui a segurança dos seus dados pessoais e bancários - há sempre o risco de uma invasão cracker. Quanto ao segundo discute-se a responsabilidade da empresa por trás da interface meramente eletrônica, isto é, se a empresa irá realmente realizar a entrega na data estabelecida e a qualidade do produto que será entregue.

Porém, não se deve ater apenas às faces negativas do negócio. No e-commerce pode-se encontrar uma gama diversificada de produtos, com diferentes preços: uma maneira prática e fácil de fazer compras que já foram complicadas e inacessíveis. Por exemplo, viu-se nesta notícia que o consumidor está se envolvendo mais em setores onde não se via muita movimentação - no caso, moda e acessórios. É um setor que está atualmente em 5º lugar dos serviços mais procurados - quando há apenas dois anos ainda era o 26º. Isto demonstra que tanto o comércio eletrônico em si está se desenvolvendo e abrangendo diversas áreas de alcance como os vários setores que ainda não deslancharam podem ter sucesso neste tipo de negócio, podendo-se investir com cautela.

Logo, isto é sinal que está havendo mais confiança neste tipo de serviço eletrônico: combinando tecnologia com praticidade pode-se ter um negócio de lucro e crescimento, porém deve-se sempre lembrar em manter o interesse do público-alvo e a qualidade do serviço prestado.