Notícia - Serviço de aluguel Airbnb abre escritório em São Paulo


Pormarina.cordeiro- Postado em 13 abril 2012

O site de "hospedagem colaborativa" Airbnb anunciou a abertura de seu primeiro escritório da América Latina, que deverá se situar na zona sul de São Paulo.

A unidade deve atender à crescente demanda pelo serviço no mercado dos países latinos, com ênfase no brasileiro, antecedendo-se aos eventos esportivos de 2014 e de 2016.

Durante entrevista coletiva na capital paulista, o CEO Brian Chesky anunciou os responsáveis pelas operações na região: o alemão Christian Gessner e o brasileiro Stefan Schimenes, ex-gerente de vendas do site de compras coletivas Click On.

Parte da atenção internacional que a empresa atraiu foi devido ao anúncio de que o ator Ashton Kutcher é um de seus investidores. No Brasil, não há investidores individuais divulgados e tampouco empresas parceiras, segundo o executivo-chefe da companhia.

O Rio de Janeiro é a cidade com o maior número de usuários no Brasil, seguida pela capital paulista. A escolha do local para a filial ficou a cabo de Schimenes. "Ficamos entre as duas cidades, mas é mais fácil montar uma equipe de talento e que comande as operações do continente todo em um escritório em São Paulo", afirma.

COMO FUNCIONA

O Airbnb, fundada em San Francisco (EUA), é pioneiro no negócio de "hospedagem colaborativa". É basicamente o que promove a comunidade on-line CouchSurfing, "só que envolvendo dinheiro", como assinala Chesky. Qualquer um que se cadastra pode oferecer ou procurar um apartamento, um cômodo ou uma vaga para dividir um colchão.

Após a reserva ser solicitada pelo usuário, que paga com cartão de crédito, ela é analisada pelo anfitrião. Uma vez aceita, o site pode reter o pagamento por até 24 horas após o check-in.

O próprio anfitrião é quem define o preço, além dos critérios de seleção de hóspedes. "O Airbnb tem uma rede de confiança que se baseia nas avaliações feitas por usuários", afirma o executivo. Cerca de 80% de pessoas que se hospedam usando o site dão uma nota e escrevem resenha sobre seu anfitrião, incidência considerada alta pela companhia.

Depois do episódio em que um hóspede vandalizou a casa de uma mulher em San Francisco, Brian Chesky e os outros dois cofundadores da companhia implementaram um seguro de até US$ 50 mil para anfitriões. Tal fundo ainda não está disponível para usuários brasileiros, os quais podem aumentar a segurança de sua propriedade cobrando uma caução, cujo valor é livre.

Os representantes da empresa defendem a troca de experiências culturais como a maior vantagem do Airbnb. "Não somente somos uma rede que promove o encontro off-line das pessoas, como o fazemos de uma maneira realmente íntima e transformadora", diz o CEO.

Anunciar no site não tem custo, mas, de cada transação concretizada, o Airbnb abocanha a décima parte.

"REVOLUCIONÁRIO"

Para Chesky, a simples ideia de alugar sua propriedade temporariamente é "revolucionária", além de fortalecer a economia local. "O dinheiro não vai para uma cadeia hoteleira multinacional, como acontece se você se hospeda no Hilton. Ficamos com 10%, e os outros 90% ficam com o anfitrião, que decide o que fazer com ele", diz.

Classificada como uma das 20 empresas mais inovadoras do mundo pela revista americana "Fast Company", o Airbnb, que afirma estar em 19 mil cidades e 192 países, tem pretensão de se expandir ainda mais. "Aguarde três meses e você nos verá transformando completamente o mercado", diz Chesky.

ANÁLOGOS

Fundado no ano passado pelo professor universitário Leandro Pinheiro, o site brasileiroFica Lá em Casa é um dos serviços que seguem o modelo de hospedagem colaborativa. Ainda incipiente, a página somente aceita pré-cadastros.

Por sua vez, o serviço alemão Wimdu, um clone do Airbnb, já atinge proporções equiparáveis ao site que originou sua ideia. Seus investimentos batem US$ 90 milhões, próximos dos US$ 112 milhões levantados pelo Airbnb no ano passado. O Wimdu também possui versão brasileira.

 

(GONZAGA, Yuri. Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/tec/1074106-servico-de-aluguel-airbnb-abre-escritorio-em-sao-paulo.shtml. Acesso em 11 de abril de 2012.)

 

Análise pessoal:

 

O comércio eletrônico está presente até no mercado imobiliário. A notícia relata um novo tipo de negócio que viralizou pela internet: a procura de apartamentos, casas, cômodos ou até um sofá ou colchão para alugar. A parte interessante, e que demonstra a dimensão do fenômeno, é que a empresa tratada na notícia - AIRBNB - diz estar presente em 192 países e 19 mil cidades, tornando possível ao usuário encontrar uma locação ao redor de todo o mundo.

E é significativo para o Brasil que esta companhia tenha aberto um escritório em São Paulo para atender a demanda tanto do País quanto da América Latina - atentando-se para o fato de que haverá dois grandes eventos esportivos, neste País, no futuro: a  Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016.

A operação também movimenta dinheiro: o anfitrião, dono do imóvel, propõe a sua oferta de aluguel e, quando o serviço é contratado, a Airbnb fica com 10% dos ganhos - fazendo parte, assim, da economia do comércio eletrônico.

Logo, este tipo operação virtual é mais uma criativa inovação da associação tecnologia + internet + indivíduos, em que todas as partes ganham e ainda proporciona um relacionamento offline entre as pessoas.