Notícia - Trabalho, renda e estudo leva brasileira a ser mãe mais tarde


Porisrael.pereira....- Postado em 19 outubro 2012

Fonte: http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI6234653-EI306,00-Trabalho+renda+e+estudo+levam+brasileiras+a+ser+mae+mais+tarde.html] - acessado em 17 de outubro de 2012 às 19h27min

Resumo ____________________________________________________________________________________________________________________

          Dados do Censo de 2010 divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a idade média com que mulheres têm filhos teve um pequeno aumento, de 26,3 a 26,8 anos. Mas quando são considerados os grupos de mulheres com maior escolaridade e renda, vê-se que a maternidade hoje se concentra entre os 30 e 34 anos, sobretudo em áreas urbanas. O aumento da idade média para a fecundidade está está ligado ao aumento da renda e do nível de escolaridade no País e à maior participação da mulher nas atividades econômicas.

          Segundo Fernando Albuquerque, gerente do projeto de Dinâmica Demográfica do IBGE, "a ascensão social é mais fácil de ser realizada quando a mulher tem uma família pequena ou mesmo não tem filhos. As mulheres de classe mais baixa que têm muitos filhos provavelmente param de estudar e têm mais dificuldade de entrar no mercado de trabalho."

          Os dados do Censo 2010 mostraram que a taxa de fecundidade no Brasil (o número médio de filhos por mulher) baixou de 2,38 em 2000 para 1,90 na nova pesquisa. Pela primeira vez, ficou abaixo do chamado nível de reposição, a média de 2,1 filhos que garante que o número da população continue estável. Observou-se que a taxa de fecundidade cai de forma consistente à medida que o nível de escolaridade aumenta. Entre as mulheres sem instrução ou com ensino fundamental incompleto, a taxa é de 3,09 filhos por mulher, enquanto as mais com ensino superior completo têm 1,14 filho em média. Entre estas últimas, a maternidade tem seu pico entre os 30 e 34 anos. Já entre os grupos de menos escolaridade, a concentração se dá entre os 20 e 24 anos.

          Com relação a renda, observou-se que nos domicílios com rendimento abaixo de 1/4 de salário mínimo per capita, a média de filhos é de 3,9. Já em casas onde a renda é superior a 5 salários mínimos por pessoa, a média é de menos de um filho por mulher (0,97), e elas também tendem a ter filhos depois dos 30 anos. ____________________________________________________________________________________________________________________________

Comentário

          No passado, quando era necessário somente aprender um ofício em casa ou ter o ensino primário ou ensino fundamental completo, o indivíduo casava e, geralmente, não demorava a ter filhos. Não havia a necessidade de, para garantir o futuro deles, formar os mesmos no ensino médio, técnico ou ensino superior. A ideia de que o sucesso profissional gerava satisfação pessoal ainda não era tão difundida. Por conseguinte, não havia a mentalidade de que os filhos poderiam levar, quando não planejados, a abdicar de sonhos pessoais e/ou profissionais.

          Com o passar dos anos, no entanto, com a globalização e reorganização política e social, a ideia da necessidade de eficiência, de sucesso, começou a imperar. Hoje, para se ser eficiente e, consequentemente, alcançar satisfação profissional e pessoal, é necessário ter qualidades que demoram a ser conquistadas. Deste modo, ter um filho no começo da vida profissional leva as mães (e, algumas vezes, os pais) a desfocar dos objetivos principais que imperam atualmente: alcançar sucesso profissional.

          A reflexão desta nova mentalidade pode ser vista neste senso do IBGE: as mulheres estão abdicando da quantidade de filhos e estão deixando para ter os mesmos depois de adquirir a estabilidade profissional. Este pensamente está diretamente ligado ao aumento do nível de conhecimento técnico, administrativo, de relações interpessoais, pedida pelo mundo do trabalho, aliada a necessidade de aumento da renda financeira (de certa forma as coisas realmente ficaram mais caras; porém, atualmente temos a ideia de que precisamos ter dinheiro suficiente pra comprar o necessário e o fútil). Esquecemos que trabalhamos para sustentar o que nos traz felicidade e, ao invés disso, trabalhamos porque precisamos "ter muito dinheiro e, se possível, mais que a maioria".

          Por fim, termino com uma frase texto O MUNDO DO TRABALHO NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO que resume a notícia e o meu comentário: "[...]ainda vivemos o velho paradigma a partir do qual somos criados e educados para o trabalho e esquecemos do tempo livre ou não sabemos como conquistá-lo.[...] hoje, o importante ainda é produzir, não importa o que. Já não basta sobreviver, temos de viver na abundância e o pior de tudo é que isso é obtido por meio de uma agressiva competitividade.