Padroeiro da Internet


Porgeovana- Postado em 25 julho 2011

 

São Paulo, segunda-feira, 25 de julho de 2011 
 
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INTERNETS 

RONALDO LEMOS - ronaldolemos09@gmail.com

Padroeiro da internet completa cem anos

Tem gente que chama Marshall McLuhan de "padroeiro da internet". Outros lembram-se dele pela famosa frase "o meio é a mensagem" ou pela ideia de "aldeia global". O fato é que o teórico canadense previu, ainda nos anos 60, várias das mudanças que chegariam com a internet.
Entre elas, um estado de crise permanente do sistema educacional. A causa seria o apego exagerado ao texto e o desprezo por todas as outras mídias, consideradas "não sérias". 
Estudantes ainda hoje passam o dia trabalhando sobretudo com textos. Vídeos, fotos, sites, nem pensar. Quando ocorre, é com menor importância. Isso contrasta com a vida fora da escola, cada vez mais multimídia, com celular, games etc. 
Há quem diga que "é mais fácil transformar uma lan-house em escola do que uma escola em escola" (bit.ly/pM4HB8). A proposta é polêmica, mas chama atenção para o alerta de McLuhan: a educação baseada no texto leva ao individualismo.
Professores não colaboram entre si, e nem os alunos. Cada um apega-se aos resultados individuais. McLuhan gostava de barulho, humor e oralidade. O caminho era a troca contínua. Nada muito diferente do que a internet possibilita hoje. 
Neste ano em que completaria cem anos, é possível que ficasse perplexo em ver como a educação não avançou tanto quanto poderia. Na sua época, ele já lutava para que a rigidez herdada do século 19 fosse superada.
Afinal, vídeo, música, site ou game bem-feitos podem ser tão ou mais importantes do que um texto. E ele dava o exemplo. Participou de filmes (como esse do Woody Allen: bit.ly/9kbv1L) e gravou até um disco, "O Meio é a Massagem" (bit.ly/VFNAe), tudo para que sua mensagem ocupasse todos os meios possíveis. Quem sabe daqui a mais cem anos.

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Partido do Anonymous (bit.ly/qGtp5H)

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