Paradigmas e escolhas


Porbetitah- Postado em 11 abril 2011

Em um paradigma predominante onde a hierarquia é o principal princípio organizacional, indivíduos de um determinado sexo se sobressaindo é motivo para supor que este gênero possa de alguma forma ser superior ao outro.
Ou seja, se a mulher tem uma elevada posição social, conclui-se que a posição social do homem deva ser inferior. Na Creta minóica, o relacionamento entre os sexos, não só o que diz respeito a definições e valores de papéis, mas também atitudes em relação a sexualidade e ao sexo, naturalmente era diferente do atual.As diferenças eram apreciadas, no sentido amplo do vocábulo, de forma muito natural.Havia um sentido de mutualidade entre homens e mulheres enquanto indivíduos, uma percepção de igualdade e liberdade. Eles parecem ter reduzido e desviado sua agressividade com uma vida sexual livre e sensata, aliada ao entusiasmo pelos esportes, pela dança, sua criatividade e amor a vida. Fatores que parecem ter contribuído para o espírito pacífico e harmonioso que predominava na região. O papel central representado pelas mulheres na sociedade cretense era tão extraordinário que desde a primeira descoberta da cultura minóica, estudiosos tem-se mostrado incapazes de ignorá-lo por completo. Embora seja difícil para eles afirmar e/ou admitir esta diferença, até por que ela vem de encontro a toda uma cultura vigente que vem arraigada a condição do “homem ser”, a muitos e muitos anos. Não há dúvida do papel e da importância da mulher em todas as esferas da vida naquela região, naquela época. Talvez um dos motivos que contribuiu para esta realidade seja o fato de que os homens estivessem muito ausentes embrenhados em longas jornadas marítimas.Mas independente deste ou daquele motivo o fato é que foi um período, naquela região, em que o paradigma predominante não era o da conquista ou da ascensão pela força.Neste contexto o que pode ter levado a mudança de orientação cultural que levou uma cultura de parceria a se transformar em uma cultura de dominação? Uma cultura sustentada pelo cálice a ser governada pela espada? O que esta mudança no diz sobre o nosso passado? E o nosso futuro? Parece que nosso poder de escolha vem sendo sobrepujado pelas grandes ondas que trazem e impõe tendências às sociedades até então.Até que ponto a ciência desta problemática nos permitirá interferir neste processo?