Paul Virilio: Internet e Velocidade


Pormarciele- Postado em 03 abril 2011

Marciele Berger Bernardes
A humanidade está rodeada por uma gama de Tecnologias da Informação que, pela dificuldade de regulá-las, podem ser equiparadas ao monstro mítico: Hidra de Lerna (segundo a mitologia grega cada vez que Hércules cortava uma das cabeças do monstro, duas outras surgiam no lugar. Ao final, Hércules terminou conseguindo destruir a Hidra através da cauterização dos troncos remanescentes separando a cabeça do imortal do resto do corpo). Hodiernamente, à falta de um herói mitológico capaz de realizar tal façanha, a humanidade está fadada a conviver com as novas tecnologias (FROOMKIN, 1996).
Dessa forma, como o progresso tecnológico é indiscutível, conviver com essas tecnologias tornou-se um dos principais desafios da modernidade. O nosso dia-a-dia está repleto de exemplos: “Jovens trocam diário de papel pelo computador”; “a tecnologia joga a favor ou contra o futebol?”; “Pela internet, os iranianos rompem o bloqueio imposto aos meios de comunicação pelo governo do país”.
Outra temática que não pode ser olvidada, pois intrinsecamente relacionada com as NTICs refere-se à Velocidade, bem desenvolvida por Paul Virilio em sua obra: Velocidade e Política (1996) onde introduz a idéia de que as revoluções modernas instauram a ditadura do movimento. Com efeito, a velocidade com que as tecnologias se desenvolveram alcançou inclusive os meios educacionais, uma vez que na era digital é inadmissível que o ensino seja analógico. A mais recente aliada dessa revolução educacional consiste na combinação do ensino à distância (via satélite) com o virtual (via internet).
Portanto, como a fuga é inútil uma vez que “o progresso técnico, irreversível e em progressão geométrica, é a lei simbólica principal do imaginário tecnológico moderno” (André Lemos, 2002, p. 54), a salvação geral só poderá vir, doravante, “se toda a massa alcançar a velocidade” (VIRILIO, 1996, p.34).