Rastreando as origens das abordagens teóricas dos sistemas: Cibernética


PorAnônimo- Postado em 09 abril 2010

Objetivo da Cibernética (Wiener): desenvolver uma linguagem e técnicas que permitam abordar o problema da comunicação e do controle em geral. Mensagem como elemento central. A cibernética se interessa pelo funcionamento das máquinas independentemente da natureza dos elementos constituintes. Focaliza nas relações entre os elemento as regras de conexão entre eles, procura evidenciar os mecanismos de regulação. A cibernética não ultrapassou o paradigma da ciência tradicional, foca na predeterminação, no comando, no controle, subordina a comunicação ao comando. Foca no feedback negativo e desconsidera o positivo.

Segundo a autora a Cibernética mantém-se circunscrita a um mundo cuja realidade não é questionada, portanto não pode ser considerada uma teoria sistêmica nem transdisciplinar.

Feedback (realimentação ou retroação): informação da saída (output) é enviada para a entrada (input) constituindo o que se chama de alça de retroação, circuito ou ciclo de retroação. Se diz que o sistema cibernético é fechado à matéria e energia, e aberto à informação vinda do ambiente. O ajuste para corrigir o desvio procura o estado de equilíbrio do sistema é por isso que a realimentação costuma ser chamada de realimentação de auto-equilibração.

Auto-regulação: o sistema exibe um comportamento adaptativo às variações do meio. A auto-regulação é possível graças aos mecanismos de retroalimentação que entrega o feedback: que se baseia numa avaliação de diferenças para um comportamento dirigido para o alvo e para garantir a estabilização do sistema ou conservação dos parâmetros.

  • Realimentação negativa ou realimentação controlada pelo erro, busca reduzir a amplitude de desvio, manutenção de um estado constante: mecanismo homeostático.
  • Realimentação positiva ou realimentação de auto-reforço busca intensifica os efeitos produzidos, aumentar a amplitude de desvio, conduz a uma mudança do sistema: mecanismo morfogenético.
Bateson (biólogo, inglês) entusiasma-se com a concepção de retroalimentação da cibernética. Rejeitando a linguagem da lógica por vê-lho um instrumento inadequado para lidar com fenômenos da vida, tenta entender a linguagem da natureza. Se refere permanente ao padrão que liga, as relações, isto favorece pesquisas interdisciplinares. Diz que as relações são a essência do mundo vivo, é melhor usar uma linguagem de relações para descrever a natureza. Diz que não é possível descrever e compreender processos relacionais sem descrever os contextos, sem ampliar o foco de observação: “A unidade de sobrevivência, no mundo biológico, é o organismo mais o ambiente”

Segundo a autora não pode ser considerado um Teórico dos sistemas, foi epistemólogo.

Foerster (físico austríaco) Contribuiu com a cibernética com o fenômeno da autoorganização, com a concepção de sistema observante, tornou-se necessário uma teoria do observador. Ao fazer esse giro a auto-referência, a cibernética tornou-se a si mesma objeto e surgiu a Cibernética da Cibernética ou Cibernética de Segunda Ordem.“Todo que é dito é dito por um observador” (Maturana).“Todo o que é dito é dito a um observador” (Foerster)

Morin ao avaliar a Teoria Cibernética para os sistemas antropossociais diz: além de não ter desenvolvido o princípio da complexidade, subordinou a comunicação ao comando ⇒Propões a SI-CIBERNÉTICA

A autora considera a Si-Cibernética uma teoria sistêmica porque respeita as 3 dimensões que ela propõe.

VASCONCELLOS, M. J. E. de. Rastreando as origens das abordagens teóricas dos sistemas. In: Pensamento sistêmico: o novo paradigma da ciência. 8. ed. Campinas, SP: Papirus, 2009. p. 212-252.