Sites de resultados do jogo do bicho são retirados do ar pela polícia
Duas pessoas foram autuadas por contravenção.
Agentes da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) tiraram do ar dois sites que divulgavam o resultado do jogo do bicho na internet. De acordo com a delegada Márcia Lopes, que investigava os sites desde setembro, um deles publicava os resultados em redes sociais como, Facebook, Orkut e Twitter. Duas pessoas foram detidas, prestaram depoimento na delegacia e foram liberadas. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (26) pela Polícia Civil.
O caso ocorreu na terça-feira (25). Os suspeitos vão responder em liberdade por contravenção e, em caso de condenação, podem pegar pena de quatro meses a um ano de prisão.
Segundo a delegada, o jornal "Extra" publicou reportagem mostrando que um dos sites chegou a disponibilizar uma conta bancária para receber as apostas do jogo do bicho pela internet.
http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2011/10/policia-tira-do-ar-sites-de-resultados-do-jogo-do-bicho-no-rio.html
Entre as novas tecnologias de comunicação e informação, a rede mundial de computadores figura como a mais impactante na sociedade, convertendo hábitos, costumes e paradigmas. Com o surgimento da internet também se perceberam as possibilidades para práticas criminosas, primeiramente na esfera do direito patrimonial; agora, fala-se sobre as possibilidades de crimes contra a vida real, porque as ações sociais não estão inseridas apenas em um contexto de mera ficção. Entre a perspectiva da ficção e a constatação da realidade essa conduta criminosa afeta a proteção à vida em sociedade, irresoluta em presença de uma dinâmica de constante evolução tecnológica.
Com o advento das novas tecnologias, principalmente, da Internet, surgem novas questões que requerem respostas do operador do direito. Desse modo, em face a dinâmica das inovações tecnológicas, que conjeturamos no mundo contemporâneo, estas respostas precisam ser imediatas, ou a lacuna existente entre o direito e a realidade social poderá se tornar um grande fosso, que transcenderá o ordenamento jurídico.
Os mitos divulgados nos primórdios do ciberespaço – a Internet não poderia ser regulamentada pelo Estado, haveria liberdade absoluta nesse ambiente – não se sustentam mais, porque existem suplementos legais que permitem o Estado, inclusive na Internet, atuar contra os crimes de informática, sem a necessidade de novas leis absurdas, como algumas que estão tramitando no Congresso Nacional.
O fato de a polícia retirar do ar sites que postavam resultados do jogo do bicho deixa evidente que as práticas criminosas que norteiam a internet (roubo de identidade, pedofilia, calúnia e difamação, ameaça, desvio de verba, espionagem industrial) são antigas. Nesse cenário, a internet é apenas mais um canal para tais práticas. Assim, na proporção em que a sociedade sofrer mutações, estas também abarcarão as classes dos excluídos, assim como a dos desordeiros de toda sociedade.
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