Notícia:
20 de janeiro de 2011
O consórcio estabelecido entre: i3G (Instituto de Governo Eletrônico, Inteligência e Sistemas), de Florianópolis, e o GESI (Grupo de Estudos da Sociedade da Informação), da Universidade Federal de Santa Catarina, desenvolveu a plataforma tecnológica mGOV2. Essa tem como objetivo a gestão participativa e o fortalecimento da transparência, através de um ambiente web centralizado, interligado com ferramentas digitais de tomada de decisão e votação em tempo real.
O município de Laguna - SC, foi o primeiro a adotar esse projeto de redes sociais e votação digital por meio do celular (e-voting). A plataforma já foi inaugurada, e espera-se que a tecnologia possa ser utilizada para consultas públicas e votações de orçamento e outras questões ligadas ao interesse público.Com a utilização de um software livre, as votações são feitas por SMS e a apuração se dá no próprio celular.
O projeto Urna Digital foi testado em Dezembro de 2010 numa enquete sobre a ONU, reunindo cerca de 500 votos, em 17 países das Américas, Europa e África.
Segundo o cientista-chefe, Hugo Hoeschl , a maioria dos projetos de e-gov tem resultados intragoverno e esse projeto, teve como foco a sociedade e a sua participação nas tomadas de decisão. Portanto, o próximo passo do grupo é apresentar a solução para as administrações públicas brasileiras.
O projeto foi eleito pela OEA como um dos quatro mais importantes para o fortalecimento da governabilidade democrática nas Américas. A avaliação dos projetos foi feita pelo Centro Internacional de Pesquisas para o Desenvolvimento, de Montreal, no Canadá, em colaboração com a OEA (Organização dos Estados Americanos) - Washington D.C, EUA -, e pela Organização Universitária Interamericana, de Quebéc, no Canadá.
Análise:
A sociedade passa por uma transformação cultural, decorrente da crescente expansão das tecnologias da informação. Transformando-se na chamada sociedade da informação e do conhecimento.
São tecnologias viabilizadas pelo uso da internet que se tornaram, não só úteis, mas indispensáveis à vida humana. Sua forma eficiente e abrangente de atuação fez com que se tornasse imperiosa no setor privado e sobretudo no setor público.
Isso porque, através dos sistemas criados pela tecnologia da informação, pôde-se automatizar aqueles trabalhos que não necessitam de avaliação humana, que caracterizam a burocracia e ineficiência do setor público, como o atraso e desperdício de papéis e mão de obra.
Os sistemas até então utilizados pelos órgãos públicos limitavam-se às relações intragovernamentais, excluindo-se novamente a sociedade. Porém, com o aprimoramento e a necessidade percebeu-se o seu potencial para a efetivação de uma democracia.
Assim, desenvolveu-se o chamado governo eletrônico, para ir ao encontro da eficiência, transparência e participação pública, possibilitando as mais diversas formas de interação: governo – cidadãos, governo – empresas, governo – governo.
Como toda mudança, a utilização dessas novas ferramentas requerem capacitação e treinamento, indispensáveis a sua implementação. Algo que a administração pública deverá desenvolver e aplicar desde as escolas públicas até seus próprios gestores, visando cada vez mais a inclusão digital. Além disso, deverá disponibilizar infra-estrutura ao acesso.
Não significa que a máquina substituirá o homem, e sim que lhe deixará tempo para as tarefas que exijam do seu conhecimento e avaliação.
O governo eletrônico é mais do que um novo modo de governar é a viabilização do amplo acesso, com a fiscalização e participação da sociedade, em tempo real.