O livro “Teoria Geral da Administração Pública” de Roberto Denhardt explana as teorias e idéias de como lidar com organizações públicas “de forma inteligente, mas também trata do modo como nosso conhecimento pode ser usado para lidar de forma compassiva com os problemas humanos.” A preocupação é dar um melhor entendimento das organizações públicas, e quais as ações devem ser tomadas para bem atender aos interesses públicos. A ideia é tomar decisões e partir para ação com base no conhecimento.
No início da teorização da administração pública os estudiosos trouxeram as primeiras contribuições para o desenvolvimento desta área. Waldo (1948) propôs traçar o desenvolvimento do campo da administração pública, a partir da perspectiva da teoria política e da história das idéias. Já Hamilton advogava por um governo nacional forte, com poder considerável concentrado no executivo. No conceito de Jefferson: “O governo deve ser descentralizado. a ponto de cada cidadão poder participar pessoalmente na administração dos assuntos públicos e o governo deve servir para educar o povo em sabedoria política e deve formar uma cidadania que dependa de si mesma”.
Essas teorias foram evoluindo com o passar dos anos, despertando reflexões e discussões sobre a separação ou não da política e da administração entre outros temas. Embasamentos científicos também foram propostos, com intuito de provar uma ou outra teoria e/ou aplicar métodos de melhoraria e eficiência administrativa. Entretanto, a participação e influência do indivíduo (pessoa) nas organizações muitas vezes foram deixadas em segundo plano.
Mas também há o entendimento de que as empresas são constituídas de pessoas, e portanto têm forte influência dos indivíduos que a compõe. Ou seja, se a empresa é burocrática, as pessoas que a compõe, certamente, também são. E retomando as reflexões de Maturana e Varela, tem-se que as experiências anteriores influenciam nossa compreensão, além da influência da nossa estrutura biológica, portanto as pessoas trazem sua "carga" para dentro das organizações gerando complexidade ao comportamento do conjunto.
Em suma, não é factível traçar uma teoria com métodos rígidos, exatos e imutáveis. As empresas são constituídas de pessoas e seu funcionamento, suas características, seu modo de operar dependem delas. Também, não se deve desassociar a teoria da prática (saber é fazer), respeitando que o conhecimento é um processo, algo que vai acontecendo com os relacionamentos e vivências entre as pessoas. Um passo importante para termos empresas e processos melhores é ampliarmos nossa capacidade de ouvir e respeitar opiniões, mudar a nós mesmos para que o mundo mude.