Com o advento das impressoras em três dimensões, surge uma alta gama de possibilidades de conteúdo produzido em casa. Agora não mais limitados a transferência de dados digitais, os mecanismos de compartilhamento permitem a obtenção de um objeto desenhado por qualquer pessoa.
A empresa Defense Distributed, passou a desenvolver componentes compatíveis com a carabina de assalto AR-15, pois após diversos massacres ocorridos nos EUA o governo passa a impedir a comercialização de armamento automático pela população civil. Com a peça desenhada, seria possível então realizar disparos automáticos com uma simples troca de peças.
Não satisfeitos com a potencialidade de tal artefato em mãos civis, os desenvolvedores passam a produzir uma arma inteiramente plástica, que poderia ser impressa por qualquer um. A empresa não tem objetivos comerciais, uma vez que abre mão da patente do dispositivo e o “libera” para download irrestrito. O governo norte-americano já se posicionou retirando o arquivo para download do site. Entretanto, uma vez em circulação na internet, um arquivo adquire “vida própria” estando ao alcance de qualquer um. O alemão Kim Dotcom - como destacado pela notícia anexa - dono do portal de armazenamento Mega, afirma ser possível determinar todos os IP’s de quem assim realizou o download dos arquivos que contém instruções para fabricação das armas. O Brasil foi identificado como terceiro país com maior número de downloads, atrás de Estados Unidos e Espanha.
Este caso diverge da maioria, pelo fato de que o autor não faz questão de ter sua propriedade intelectual protegida, transformando em patrimônio público seus conhecimentos belicosos. As consequências, contudo, são muito mais graves do que um download ilegal de uma música.
José Augusto Ribeiro