HISTÓRIA REPRODUÇÃO E HEREDITARIEDADE EM MATURANA E VARELA

Localização

Breve resumo do Capítulo III do livro “A Árvore do Conhecimento” dos autores: Humberto Maturana 
e Francisco Varela.
A história dos seres vivos é a história do homem em sua totalidade, não se pode separar o homem da 
sociedade a que pertence. A história do homem é a históriada sociedade.

Há muito, a biologia vem estudando o fenômeno da reprodução. Tal só pode ser entendido como um 
processo que pode ou não alterar estruturas de seus componentes individuais a partir de componentes
originais, gerando necessariamente, uma nova estrutura com uma série histórica única, porém, 
conectada com os demais de sua classe.

Maturana aponta uma evidência lógica com essa observação, que para haver reprodução duas são as 
condições básicas: uma unidade original e o processo que a reproduz.

Para Maturana, a reprodução é um processo na ordem das estruturas, e como tal, não altera 
a organização – do ser vivo, p. ex. – do sistema observado. Afirma ainda que “(...) o fenômeno 
da reprodução (...) não é constitutivo do ser vivo (...) e que portanto não faz parte de sua 
organização.” (MATURANA, 2001. pg.67)

Assim sendo, para Maturana e Varela, na abordagem do Capítulo 3 as questões da reprodução 
e da hereditariedade em relação aos seres humanos é que como seres vivos e organizados,
têm uma história, e como organismo biológico, somos seres multicelulares, cujas células se
reproduzem por processos próprios e autônomos. Multiplicam-se à partir de uma célula
primária, no caso da formação humana: à partir da união de duas estruturas distintas um
espermatozoide e um óvulo. Estas duas estruturas dão origem a uma terceira estrutura que é
o embrião formador do indivíduo, o ser humano.

Com efeito, o desenvolvimento do discurso acerca das dimensões – reprodução e
hereditariedade – expõe a necessidade de se perceber as diferentes estruturas que compõe
dada organização. Cópia, réplica e reprodução são mais que conceitos, são abordagens
sistêmicas que explicam as diferentes estruturas por seus resultados, são coisas bem
diferentes uma da outra.

A ênfase nesse capítulo se dará na perspectiva do conhecimento das estruturas, sua formação
e desenvolvimento originais do ser humano. O ser humano enquanto ser biológico é formado
por estruturas definidas biologicamente, porém inserido em sua organização –humana- possui
características inequivocamente históricas, como bem afirma o autor “A reprodução está, 
portanto, inserida em nossa história como seres humanos e na história de nossos
componentes celulares individuais.” (MATURANA, 2001)

Como uma das finalidades de buscar entender a nós mesmos, o autor propõe que é necessário
entender os mecanismos da reprodução humana para entender sua própria historicidade e
evolução sociocultural. Dai também podermos aplicar as ideias desse autor em outros tipos de
organização humana, buscando entender, por exemplo, a evolução dos conflitos sociais e as
lutas de classe, ou a necessidade de se desenvolver tecnologia e aperfeiçoar processos
produtivos.

No contexto da humanidade, o que pode variar, ou adaptar-se são as várias estruturas que
compõe a organização histórica humana, em conjunto com todas as outras organizações de
seres vivos que estarão interagindo entre si e a humanidade. Não há uma dissociação, o que
há é uma integração entre estruturas e organizações a qual devemos compreender e conhecer
– é fundamental que se compreenda que o que muda são as estruturas, que tendem adaptarse
aos vários contextos biológicos, porém as organizações são as mesmas. As organizações não
mudam, pois se mudarem resulta numa outra coisa diferente da série original, será outra coisa
qualquer diferente dos seus originais.