Na sua origem grega o conceito de crise abriga dois significados distintos e
combinados: a constatação de que um caminho e um modo de fazer as coisas
se esgotaram; o repto e o imperativo de decidir por novas vias e métodos. São
estas duas esferas semânticas que se conjugam dramaticamente nesta
viragem epocal da nossa, simultaneamente, sofisticada e frágil civilização
tecnocientífica. Se olharmos para o passado, é impossível não deixar de
recordar a grande crise que há muitos milhares de anos conduziu grande parte
da humanidade a trocar um modo de vida rude e simples, fundado em
pequenas comunidades rurais, ligadas por laços de sangue e proximidade, pela
construção das primeiras e violentas formas de Estado, em cujo parto nasceu a
história de que somos herdeiros.
A unidade da crise da demanda pela sustentabilidade não dispensa uma
análise mais fina das suas faces. Vejamos, assim, cinco desafios fundamentais
de cuja resposta dependerá a capacidade de vencermos as crises do futuro.
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