Editoras podem evitar erros de gravadoras no mundo digital


PorAnônimo- Postado em 23 outubro 2009

Fonte: http://oglobo.globo.com/tecnologia/mat/2009/10/19/editoras-podem-evitar-erros-de-gravadoras-no-mundo-digital-768115771.asp
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FRANKFURT - As editoras estão mais bem preparadas para a revolução digital que a indústria da música estava há uma década, e estão usando bem suas opções para vender e melhorar seus produtos, coisa que as gravadoras não souberam fazer. Essa foi uma das conclusões de um painel que discutiu os desafios apresentados pela distribuição digital.

O mercado editorial está prestes a ver uma disparada na demanda por livros digitais, impulsionada por aparelhos como o Kindle, da Amazon.com, e distribuição online do Google, e teme seguir o mesmo caminho que a indústria musical, há anos em queda.

Mas as formas diferentes de apreciar música e livros, assim como os diferentes estágios em que as duas indústrias se encontram no momento, significa que tentar desenhar uma analogia entre os dois segmentos não é necessariamente muito útil.

Durante a Feira de Livros de Frankfurt, nesta semana, representantes de ambas as indústrias se repreenderam por não terem agido mais rápido e terem sido mais resolutos na defesa de seus direitos autorais e na busca de novas oportunidades oferecidas pela internet.

O mercado editorial teme que a pirataria digital se alastre, algo que alguns apontam como causa da crise das gravadoras, já que a maioria dos consumidores hoje encaram conteúdo na internet como o equivalente a conteúdo gratuito.

Mas, em comparação, as editoras estão bem à frente de onde estavam as gravadoras quando a ferramenta de compartilhamento Napster entrou em cena, 10 anos atrás, abrindo caminho para uma série de sites de download de MP3, com o "Pirate Bay".

Por outro lado, lojas para a compra legal de livros digitais se firmam rapidamente, com a expectativa de que três milhões de "e-readers", como são conhecidos os dispositivos digitais para leitura, serão vendidos este ano nos Estados Unidos.

Na quinta-feira, o Google anunciou sua entrada no mercado, abrindo uma loja online para livros digitais, que pode ser acessada de qualquer dispositivo que conte com um navegador de Internet. A receita da indústria musical está em queda na Europa desde 2001, e não há expectativa de volta ao crescimento até 2011. Segundo a Forrester, o compartilhamento de arquivos é quatro vezes mais comum que downloads pagos entres adolescentes europeus de 16 a 19 anos.
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COMENTÁRIO:


Certamente o compartilhamento de arquivos de músicas em formato .mp3 foi um fator preponderante na queda da indústria musical, mas não é o único. Atualmente, o download de músicas por compartilhadores de arquivos se sobrepõe de forma massiva ao download pago, que surgiu quando este hábito já estava consolidado. Como retrata a notícia e o texto “Propriedade intelectual e o mundo digital”, se tomadas as medidas corretas de proteção dos direitos autorais, a internet é um poderoso meio de distribuição das obras dos autores, possibilitando muito mais lucros que prejuízos. A indústria musical não soube se adaptar às novas possibilidades oferecidas pela internet, o que serviu de exemplo para o mercado editorial, que vem adequando à expansão da venda de livros digitais à uma efetiva proteção dos direitos autorais. Naturalmente, não é 100% seguro, mas, ao menos, para a indústria de livros, a internet e os meios de divulgação digital tendem a ser um forte impulsionador de vendas, com os downloads feitos de forma legal. O texto inclusive revela uma pesquisa feita respeito de qual seria a medida efetiva para a proteção dos direitos autorais sem comprometer a liberdade de expressão na internet, e foi constatado que muitos pensam que a lei deve ser flexibilidade, já que os autores se beneficiam com a divulgação da obra na internet. O que é preciso, portanto, é a adoção e efetivação de meios que realmente permitam a distribuição de conteúdo digital sem ferir o direito autoral do autor. E como mostra o mercado editorial, é possível caminhar junto com os avanços tecnológicos sem prejuízos, ao contrário do que ocorreu com a indústria da música.


Postado por: Camila Maria de Souza Oliveira