O elogio das aparências: Hannah Arendt e a crítica aos Direitos Humanos


Porjuliawildner- Postado em 14 julho 2015

Autores: 
Helena Guimarães

Resumo

  Neste estudo procede-se à análise arendtiana da tradição filosófica
inaugurada por Platão, dando destaque ao papel que, segundo Arendt,
ela terá tido na irrupção do sem-precedentes que traumaticamente marcou
o século XX – o totalitarismo –, e perante o qual a Declaração dos Direitos
do Homem viria a revelar-se uma fórmula vazia. É que, rejeitando Arendt
a noção de um qualquer tipo de explicação causal para o fenómeno totalitário, não deixa de ser possível vislumbrar uma relação entre a tradição
ocidental da filosofia política e o espírito da idade Moderna, como se este
levasse a cabo uma radicalização dos fundamentos da primeira: o apagamento
da pluralidade, o controlo da espontaneidade, a fusão de juízo e
episteme, de legitimidade e obediência. Nesta linha, far-se-á também uma
primeira prospecção do fundo em que assentam os alicerces do pensamento
arendtiano – um fundo que está, surpreendentemente, à superfície.
Depois, entrar-se-á no debate que é razão de ser maior deste trabalho,
convocando a concreta História que o animou, sem por isso, sempre que
se afigurou oportuno, se deixar de se evocar alguns conceitos arendtianos
- que não são, afinal, senão outro rosto do dado.

 

Palavras-chave: Direitos humanos. Aparência. Dois-em-um. Acosmismo. Pensar.

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